domingo, julho 15, 2012

Medo da rua

A rua, toda vestida em violência
assusta o menino da classe da opulência
Quem calça as calçadas, de sangue, à bruta
é o gigolô midiático (com sua batuta)

A neurose cria o tom do drama.
A blindagem é o produto.
O revolver dá o desfecho trágico.
(Na notícia de TV).

Quem tem medo do lobo mal?
O maior lobo é o cerebral?
O lodo todo sai do canal? (E das antenas?)

Se despir do medo de sair por aí, com o violão, pra fazer samba. Caminhar com os olhos fechados, sem medo de atropelo, assalto ou um poste no meio cara. Aceitar a mão de um desconhecido e se deixar guiar sabe-se lá pra onde (pra algum lugar, única certeza). Abraçar a rua como quem abraça, todo dia, uma possibilidade de surpresa, de encontro, de troca, de amor, de aventura

e de perigo
(por que não?).